Skinny Love

Skinny Love
“O amor não usa as pessoas e as joga fora. Ele é infinito e nos torna pessoas mais fortes, mesmo quando a pessoa que amamos já se foi. (Julieta Imortal - Stacey Jay)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

“Ô, menina, não desiste não. Você vai fazer sua história, vai sim. Você vai conhecer o cara que vai entender cada detalhe teu e vai te fazer se pegar sorrindo mesmo sem saber. Vai conhecer aquele cara que faz careta pro espelho quando escovam os dentes juntos, que canta a música de vocês quando toma banho, que te dá um beijo na testa quando vai trabalhar e que te busca na faculdade. Vai conhecer aquele cara que vai parar no meio da chuva, fechar o guarda-chuva e te beijar, que vai chegar com você nos braços em casa, rindo igual um idiota e que é um desastre na cozinha. Aquele cara que veste teus sutiãs e fica fazendo gracinha, que discute contigo e não vai lá falar nem ferrando. Vai conhecer aquele cara que te descabela, que tira teu fôlego e te deixa bamba. Que fica te fazendo ciúmes só porque você fica linda quando brava. Aquele cara que gosta do jeito que você fala, do jeito que anda e do jeito que faz as coisas. Aquele cara na medida certa. Aquele Cara, com maiúsculo mesmo. Ah, mas você também vai conhecer aquele cara que não te dá a mínima, aquele cara que te deu um fora, aquele cara que te traiu. Aquele cara que era carinhoso e depois te trocou, aquele outro sério e chato, aquele romântico e grudento. Aquele cara que as vezes te faz rir, mas quando faz chorar é pra uma noite inteira. Aquele cara que você sempre achou que ia dar certo, mas não deu. E todos esses caras vão servir só pra te ensinar e pra te ajudar a terminar sua história. Afinal, as coisas mais bonitas são as mais tristes, e as pessoas mais bonitas são as felizes. E nessa história — na sua história —, é você quem decide se termina triste, ou linda. Porque você é incrível, menina. Você é incrível.”
— Pedro Rocha. 







"Fiquei triste. Percebi que demorei tanto pra tomar meu café, que ele esfriou. Percebi também que o mesmo acontece com as pessoas ao meu redor, cansadas de esperar, quando as procuro, já foram embora. É sempre assim, sabe? Quero viver cercada de pessoas, mas preciso e encontro paz só em minha solidão. Quero ser o calor de alguém, mas se eu colocá-lo no meu coração, ele empedra. Sou egoísta, não sei dividir meu silêncio. Egocêntrica. Teimosa. Sei todos os meus defeitos e melhor, não os escondo. Sou de verdade. Apesar de me beliscar às vezes pra constar que sou de carne e osso porque costumo vestir minha armadura por tanto tempo que ela se tornou quase uma segunda pele. Não é fácil tirá-la e deixar minha ferida exposta. E estou aqui em carne viva escrevendo esse texto. Eu decidi que minha vida é dividida em meses, meus meses em dias, dos quais uma quinzena se refere aos bons acontecimentos e a outra, ao meu inferno astral.
É chegada a hora de trocar de pele, sair do casulo, abandonar a armadura. É chegada a hora de sorrir por fora e chorar por dentro. É a hora de dramatizar a existência e lamentar as partidas. É a hora de desocupar as gavetas, a casa e o coração. Mudar, inverter. Eu arrasto bem os móveis da casa, mas me sinto bombardeada por sentimentos estranhos quando tento remover pessoas, não dá. Sempre preferi ouvir “adeus” por não saber lidar com a consciência pesada no meio da noite, caso eu dissesse. Porque, claro, é mais fácil culpar os outros pela nossa infelicidade do que ser totalmente responsável por ela. Eu evito colocar ponto final porque no final, ele acaba virando reticências. E dar continuidade ao sofrimento é masoquismo demais. Viro dor, viro solidão, viro qualquer coisa que me isole do mundo externo e faz eu me recolher no meu mundinho interiorizado. E em mim, só em mim, eu encontro as explicações, razões e motivos.

Maldita quinzena que mais parece um século. Cansa viver, sobreviver, cansa ser humana. Então eu vou mudando minhas cores e me adaptando aos ambientes ou tentando ser invisível à eles. Me esforço pra ser boa, pra ser calma e continuar sendo eu. Reprimo minha mágoa na esperança de que ela suma, mas ainda falta alguns dias. A sensação azeda começa a passar, o amargo da vida tá querendo mudar o gosto e o soco no estômago não sufoca tanto quanto antes. Quando vi o nó na garganta já sumiu e eu estou aqui gritando minha felicidade. Essa sou eu. Vivo em ciclos, fases, fugindo em círculos. Fujo do medo de altura pulando de aviões. E continuo minha rotina mensal, quinzenal, sendo dor, alegria e me vestindo de sentimentos novos. Viver dá um trabalho do cão e ser nós mesmos, às vezes, dói demais."


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

"E de repente nos vimos na cobertura de um prédio de 60 andares. 
 Estávamos em um lugar que não era muito claro, era a luz de velas, com uma garrafa de vinho antigo e como trilha sonora um jazz calmo. 
 Nada parecia mais certo do que nós estramos dançando, no silêncio de juras de um dito amor espontâneo. E parecia que o tempo passava rápido, ligeiro e avassalador. 
 Só me dou conta do tempo quando caíram as gotas de chuva que escorriam pela janela, a música parou, eu parei. 
 E eu olhava para ela como se nós estivéssemos mais vivência e conhecimento um do outro, e perguntei: " Você lembra de um sonho seu que você tinha uns anos atrás?" , ela olhou para baixo meio envergonhada de não saber do que se tratava. 
 Eu não respondi. Palavras as vezes não fazem justo ao que se pode acontecer. Eu soltei a mão dela e fui, sozinho, em direção as gotas de memórias que caiam de um céu escuro. Abri a porta e disse: " Vem". 
 Ela ainda com as bochechas rosadas olhava para baixo, me lembrando aquela garotinha meiga que conheci e que nunca deixou de ser, respondeu: "Não consigo ir sozinha". Não consigo ir sozinha, essas palavras ecoaram nos meus ouvidos durante uma fração longa de segundos. 
 Eu olhei pra ela, dei um sorriso roubado e fui em sua direção. Tomei sua mão como se fosse uma joia da monarquia, e a guiei em meu caminho misterioso. Ela saiu, e de repente o silêncio da noite, foi tomada pelo jazz novamente.
 E a chuva que caía em seu vestido roxo não interferia em nem uma vontade de querer tê-la ao redor de meus braços. Mas a dúvida ainda permanecia em sua cabeça, ela parecia não saber o que pensar. Para matar a majestosa questão, eu sussurro em seu ouvido: " Você lembra que você tinha um sonho infantil de beijar a pessoa que você ama na chuva?".
 Os olhos dela brilharam. Talvez não por tê-la beijado, mas por eu ter lembrado de um sonho infantil. Ou ter feito do sonho dela, o meu."

 

"Ela acordou com um sorriso nos lábios, não acreditava que aquilo tinha passado de um sonho. Passou a mão pela cama procurando por ele e não o encontrou e ali bateu uma  estranha sensação -será que foi mesmo um sonho? Ela chamou por seu nome e nada dele responder e seus olhos iam se enchendo de lágrimas, e coisas absurdas passaram por sua cabeça, que ele tinha conseguido o que queria e agora foi abandoná-la.
 Ela se levantou ainda com lágrimas nos olhos e viu em cima do criado mudo um pedaço de papel, que não estava ali na noite anterior e estava escrito. "Amor, desculpa por ter te deixar assim, depois te explico melhor ok? Mas saiba que a noite foi perfeita para e mim e espero que tenha sido o mesmo para você."
 Ela então sorriu e se achou a pessoa, mais idiota do mundo por sua insegurança e por sua extrema capacidade de sempre pensar no pior e se deu conta naquele momento, mais que nunca de quanto sentia por ele."

      


- E como dizia nosso querido Shakespeare  plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais...